Sempre conturbador como Regis
Tadeu, o jornalista André Forastieri é mais um que busca por criar assuntos
polêmicos. Dessa vez o alvo foi o rock nacional, especificamente aquele que
durante as décadas de 70, 80 e 90 foi verdadeiro fenômeno. Hoje se você pegar a
lista das músicas mais tocadas no Brasil em um ano, entre os 100 colocados
apenas uma delas pode ser classificada como rock (bom, pelo menos, um pouco
perto disso) que é o SKANK, em 80º lugar, o resto é o mais absurdo lixo que se
possa imaginar. A posição de Forastieri sobre essa realidade é bem
interessante.
"Os jovens brasileiros não gostam mais de rock porque o rock
brasileiro sempre foi meio MPB, mais dependente da sofisticação literária e da
relevância ideológica do que suas contrapartes anglófonas, sempre foi
prioritariamente produzido e consumido pela classe média de escola particular,
e este grupo perdeu o protagonismo histórico que possuía, político, cultural e
econômico (foi espremido entre a ascensão massiva das ágrafas classes C e D,
cuja experiência musical fundamental é a celebração coletiva da vida melhor,
pululante e ao vivo, e a decolagem de uma superclasse de super-ricos acríticos
cuja expressão cultural se dá por meio do consumo e do exibicionismo, e que vai
tomar champanhe nos espaços VIPs dos megafestivais como quem vai a Aspen ou
Nova York), donde o que se chama hoje de rock brasileiro pouco varia entre as
ruínas emo-tatuadas do esquemão jabá-gravadora-Faustão e os indies dependentes,
seja de patrocínio estatal, do circuito publicitário-Sesc ou de um
cooperativismo anarco-grilo, e nem uns nem outros se conectam espiritualmente
com nossa juventude, porque os jovens que tradicionalmente se apaixonariam pelo
ideal platônico do Rock - provocação 360 graus - vomitam o rock de hoje, porque
teen precocemente senil, banguela e broxa, e fogem para onde está a ação, seja
em movimentos como o Occupy, no rap mal- encarado e no funk boca-suja, correndo
atrás do dindin ou simplesmente boquejando infinitamente nas redes sociais;
bandas boas sempre existiram e existem, as exceções comprovam a regra; o rock
brasileiro não é contra nem a favor de nada, e por isso não é."
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