Em entrevista ao Diário de Pernambuco, Kiko Loureiro fala da Megadeth e
a volta do Angra ao Recife, onde a banda se
apresentou no dia 30 de maio, confira abaixo um trecho:
É impossível te entrevistar e não falar sobre tua entrada no Megadeth.
Como se deu a aproximação da banda contigo? E até que ponto o fato de morar em
Los Angeles contribuiu para esse contato?
Tive um contato com o David Ellefson. Depois o Dave Mustaine ligou para
mim. Meio assim sem saber o que estava rolando, só estava conversando com eles
por email e telefone. Falei bastante com o Ellefson pelo telefone, ele contando
como era o lance. Porque, até então, eu não sabia direito como era o lance da
escolha, não sabia se eles tinham vários guitarristas, se eu era um dos
finalistas. Enfim, como é que era o negócio. Aí, eu fiz vídeos. Eles não
pediram exatamente, mas comentaram que seria legal se eu fizesse vídeos. Então,
eu fiz, para eles verem eu tocando as músicas do Megadeth mesmo.
Porque, hoje em dia, você entra no YouTube e pode ver, facilmente, como eu
toco. Então, não tem esse lance de fazer um teste mesmo. Eles já sabiam do meu
estilo, coletaram informações - só depois fiquei sabendo que eles coletaram
informações com managers, outros músicos perto deles, sobre mim. Mas, sei lá,
como exatamente de onde surgiu a escolha deles. Depois, já fechei o esquema,
eles mostraram como ia ser o contrato. E foi tudo muito rápido. Eles anunciaram
meu nome, fui para lá, fiquei um mês e meio em estúdio, já me enturmando. Eu
gravei as guitarras em duas semanas, mas fiquei
basicamente mais um mês me enturmando, aprendendo as músicas - as composições
já estavam feitas - e fazendo amizade com o Chris Adler, o batera que também
entrou, os produtores, a família do Dave Mustaine - a filha, a mulher, que conheci.
Então, foi tudo muito rápido, em um mês e meio eu me enturmei e gravei o disco.
Por falar no Mustaine, pelo que você conheceu dele até agora, o que pode
nos falar acerca da fama de controlador que ele tem?
O clima foi muito bom cara. Ele sabe o que quer. Essa fama de
centralizador eu acho que não. Não e sim, né? Na real, quando você tem uma
banda, por mais que você esteja há muitos anos e os músicos mudam, qualquer
negócio que você tenha… Vamos supor, você tem uma loja e contrata outros caras
para gerenciar a loja e o cara não vai chegar e fazer do jeito que ele quer. Se
a loja tem um sucesso, ele tem um esquema, tem um conceito e o cara tem que
entrar nesse jogo. O Megadeth é uma banda de sucesso com certa
cara, com certo esquema. Quando você entra, seja produtor, seja roadie, tem um
esquema. E eles, o David Ellefson, o Mustaine, vão falar qual é o esquema. Eu
acho que isso é mais do que natural e é fundamental. Então, assim, eu acho que
tem que ser um cara que dá as ordens, as diretrizes de como funciona a banda.
Mas, ele está aberto a sentar e ouvir. Eu falei várias coisas. Mas, claro,
muitas coisas que eu falo, ou que eu sugeri, ele pensa e fala ‘mas isso não é
bem Megadeth’. Eu não digo nem musicalmente, mas no geralmente.Megadeth é Megadeth.
É que nem tipo tocar Motörhead. Motörhead é Motörhead. AC/DC é AC/DC.
Você não pode colocar um solo do John Petrucci no som do AC/DC.
Bandas têm conceitos e têm cara e é preciso ser assim. Acho natural e gosto que
seja assim.
Leia a entrevista completa no link abaixo: