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terça-feira, 18 de agosto de 2015

'CAVERNA DO ROCK' UNE MÚSICA E FÉ EM LOUVOR A CRISTO EM JUIZ DE FORA


Cultos mesclam rock de todos os tipos e leitura da bíblia.
Ministério existe há 15 anos e surgiu em uma praça da cidade.

Um galpão no Bairro Vitorino Braga, em Juiz de Fora, é ponto de encontro de um grupo de admiradores do rock’n’roll. Todos vestidos de preto, com camisas de diversas bandas, botas e jaquetas de couro, alguns com cabelos compridos, piercings e tatuagens, se reúnem para ouvir música e cantar em louvar a Deus. No local funciona o Ministério Caverna do Rock, que reúne pessoas de todas as idades. “A nossa igreja tem como base a música e é por meio dela que muitos se aproximam de Cristo”, explicou o pastor Simon, líder do ministério.

Simon garantiu que nunca havia pensado em criar uma igreja, mas hoje as reuniões atraem muitos que, geralmente, vão pela primeira vez por se interessarem por rock. “Eles aparecem querendo rock. No final do culto é que elas descobrem que é uma igreja, encontram Jesus. Muitos acabam gostando e voltando. Já teve casos de pais que foram ao galpão para descobrir onde os filhos iam à noite e também passaram a frequentar”, contou.

Simon disse que acredita que a música aliada à fé é capaz de promover mudanças positivas na vida dos frequentadores. “Muitos já passaram por aqui, drogados, pessoas com problemas psicológicos. Algumas largaram as drogas depois de participarem das reuniões”, lembrou.
Há três anos frequentando o ministério, a administradora Isis Valdeci comentou que também viu o trabalho desenvolvido junto a jovens e outros públicos mudar vidas. Para ela, a igreja atrai jovens pela música e percebem que não é necessário usar drogas ou álcool para se sentirem felizes.

“Já vi pessoas que passaram por essa experiência deixarem as drogas, a vida sem propósito, porque conheceram Jesus e hoje podem viver em comunhão com essa família abençoada que é o Ministério Caverna do Rock.  A presença de Deus proporciona uma paz muito melhor”, lembrou.
O designer gráfico Rafael Galdino conheceu o Caverna do Rock em 2006, por meio de amigos da igreja onde era integrante. A princípio, ele não entendia a visão do ministério “underground”, mas quando foi ao culto disse que se surpreendeu. “A imagem que eu tinha do ministério estava errada e só estava me afastando do ‘chamado’ que Jesus Cristo me deu”.
Rafael tornou-se membro oficial em 2011 e descobriu áreas dentro da igreja em que ele poderia ajudar. Hoje, ele gerencia uma página do Caverna do Rock na internet, onde é possível obter informações sobre o ministério.

Da praça para o galpão

O Ministério Caverna do Rock surgiu na casa de um amigo do pastor Simon, quando os colegas ouviam rock e resolveram fazer uma oração. A partir de então, eles passaram a se reunir na Praça Agassis, no Bairro Mariano Procópio, para conversar sobre Jesus e respeito ao próximo. Quando chovia, eles iam para debaixo de uma marquise próxima à praça. Depois, eles começaram a se encontrar em um prédio abandonada na Avenida Rio Branco quando chovia. “Lá tinha muito mato e parecia uma caverna, acho que foi dali que surgiu o nome Caverna do Rock, que pegou e ficou”, explicou o pastor.

Posteriomente, alugaram o galpão onde funciona o ministério hoje. Eles limparam e arrumaram o lugar com uma decoração que tem o preto como cor de destaque. No início, com o aparecimento de tantas pessoas e o rock pesado, o grupo causou estranheza na vizinhança, que chegou a chamar a polícia algumas vezes. Mas, segundo Simon, com o tempo eles conquistaram o respeito dos vizinhos.

Rotina

Os fiéis se encontram às quartas-feiras para ler e estudar a bíblia. Sexta-feira é dia de ouvir um tipo de música mais leve, como pop rock. No sábado, rock pesado e agitado. E, no domingo, todos adoram a Deus, sem música. Todo mês o Caverna do Rock promove shows com bandas maiores. O valor da entrada é um quilo de alimento não perecível, que é doado às pessoas que passam na igreja pedindo cestas básicas. Além disso, também são realizados eventos para comemorar aniversários, por exemplo. “Nós somos cristãos e vivemos em comunhão”, disse Simon, que prefere não relacionar a igreja a uma religião específica.

Mesmo quem não é fiel se identifica com o ministério. O analista de sistemas Josué Júnior viu a apresentação da banda "HolyWay", formada por colegas da mesma igreja que ele. Desde então tem marcado presença nos eventos promovidos no Caverna do Rock. “Eu me familiarizei com o ministério, tanto pelo ambiente quanto pela galera que frequenta o local, que são bem receptivos”, contou.

Fonte: G1