Cultos mesclam rock de todos os tipos e leitura da
bíblia.
Ministério existe há 15 anos e surgiu em uma praça da cidade.
Ministério existe há 15 anos e surgiu em uma praça da cidade.
Um galpão no Bairro Vitorino Braga, em Juiz de Fora,
é ponto de encontro de um grupo de admiradores do rock’n’roll. Todos vestidos
de preto, com camisas de diversas bandas, botas e jaquetas de couro, alguns com
cabelos compridos, piercings e tatuagens, se reúnem para ouvir música e cantar
em louvar a Deus. No local funciona o Ministério Caverna do Rock, que reúne
pessoas de todas as idades. “A nossa igreja tem como base a música e é por meio
dela que muitos se aproximam de Cristo”, explicou o pastor Simon, líder do
ministério.
Simon garantiu que nunca havia pensado em criar uma
igreja, mas hoje as reuniões atraem muitos que, geralmente, vão pela primeira
vez por se interessarem por rock. “Eles aparecem querendo rock. No final do
culto é que elas descobrem que é uma igreja, encontram Jesus. Muitos acabam
gostando e voltando. Já teve casos de pais que foram ao galpão para descobrir
onde os filhos iam à noite e também passaram a frequentar”, contou.
Simon disse que acredita que a música aliada à fé é
capaz de promover mudanças positivas na vida dos frequentadores. “Muitos já
passaram por aqui, drogados, pessoas com problemas psicológicos. Algumas
largaram as drogas depois de participarem das reuniões”, lembrou.
Há três anos frequentando o ministério, a administradora
Isis Valdeci comentou que também viu o trabalho desenvolvido junto a jovens e
outros públicos mudar vidas. Para ela, a igreja atrai jovens pela música e
percebem que não é necessário usar drogas ou álcool para se sentirem felizes.
“Já vi pessoas que passaram por essa experiência
deixarem as drogas, a vida sem propósito, porque conheceram Jesus e hoje podem
viver em comunhão com essa família abençoada que é o Ministério Caverna do
Rock. A presença de Deus proporciona uma paz muito melhor”, lembrou.
O designer gráfico Rafael Galdino conheceu o Caverna do
Rock em 2006, por meio de amigos da igreja onde era integrante. A princípio,
ele não entendia a visão do ministério “underground”, mas quando foi ao culto
disse que se surpreendeu. “A imagem que eu tinha do ministério estava errada e
só estava me afastando do ‘chamado’ que Jesus Cristo me deu”.
Rafael tornou-se membro oficial em 2011 e descobriu
áreas dentro da igreja em que ele poderia ajudar. Hoje, ele gerencia uma página do Caverna do Rock na internet, onde é possível
obter informações sobre o ministério.
Da praça para o galpão
O Ministério Caverna do Rock surgiu na casa de um amigo do pastor Simon, quando os colegas ouviam rock e resolveram fazer uma oração. A partir de então, eles passaram a se reunir na Praça Agassis, no Bairro Mariano Procópio, para conversar sobre Jesus e respeito ao próximo. Quando chovia, eles iam para debaixo de uma marquise próxima à praça. Depois, eles começaram a se encontrar em um prédio abandonada na Avenida Rio Branco quando chovia. “Lá tinha muito mato e parecia uma caverna, acho que foi dali que surgiu o nome Caverna do Rock, que pegou e ficou”, explicou o pastor.
Posteriomente, alugaram o galpão onde funciona o
ministério hoje. Eles limparam e arrumaram o lugar com uma decoração que tem o
preto como cor de destaque. No início, com o aparecimento de tantas pessoas e o
rock pesado, o grupo causou estranheza na vizinhança, que chegou a chamar a
polícia algumas vezes. Mas, segundo Simon, com o tempo eles conquistaram o
respeito dos vizinhos.
Rotina
Os fiéis se encontram às quartas-feiras para ler e estudar a bíblia. Sexta-feira é dia de ouvir um tipo de música mais leve, como pop rock. No sábado, rock pesado e agitado. E, no domingo, todos adoram a Deus, sem música. Todo mês o Caverna do Rock promove shows com bandas maiores. O valor da entrada é um quilo de alimento não perecível, que é doado às pessoas que passam na igreja pedindo cestas básicas. Além disso, também são realizados eventos para comemorar aniversários, por exemplo. “Nós somos cristãos e vivemos em comunhão”, disse Simon, que prefere não relacionar a igreja a uma religião específica.
Mesmo quem não é fiel se identifica com o ministério. O
analista de sistemas Josué Júnior viu a apresentação da banda
"HolyWay", formada por colegas da mesma igreja que ele. Desde então
tem marcado presença nos eventos promovidos no Caverna do Rock. “Eu me
familiarizei com o ministério, tanto pelo ambiente quanto pela galera que
frequenta o local, que são bem receptivos”, contou.