Nossa versão do rock não está sempre orientada
pela guitarra, o que faz com que algumas bandas e
artistas de extrema importância na história acabem sendo esquecidas nesta
lista. É o caso de Raul Seixas, RPM, Mutantes, Kid Abelha e Capital Inicial,
apenas para citar alguns. Trata-se de grupos que não estão exatamente
orientados 100% pelas guitarras, mas nem por isto deixam de ter
enormes sucessos no gênero. Entretanto, seus fraseados mais marcantes não são
das seis cordas.
Antes de continuar, porém, há que se delimitar o conceito de “riff”.
Diferentemente do que pensa muita gente, o “riff” nada mais é do que um mero
fraseado. Este não precisa se repetir tanto ao longo de uma canção, não precisa
ser a base do arranjo e tampouco é privilégio da guitarra.
Por exemplo, o RPM é uma banda de rock nacional que tem grandes riffs de
teclado, mas não de guitarra. Ao mesmo tempo, um trecho específico
que ocorre apenas ao final de uma canção pode ficar tremendamente famoso ereferencial
(há um destes nesta lista).
Existem alguns grupos que por terem a guitarra como
grande base da construção musical hão de aparecer mais ate do que outros.
Lembre-se que se trata de uma lista de riffs de GUITARRA. As contestações à
classificação são livres e contribuem até mesmo para uma ampliação ou até
eventual correção dos pontos. Afinal, nenhuma lista é definitiva, não é mesmo?
15 – Infinita Highway – Engenheiros do Hawaii
O tal riff ocorre apenas no início da canção. Entretanto, é totalmente
suficiente para fazer com que haja a identificação imediata da canção junto ao
público. Não é preciso conhecer nem gostar dos Engenheiros para saber do que se
trata. Ainda que odiada por muita gente, a banda ficou também conhecida com a
bela ideia de Augusto Licks, inaugurando um dos grandes trhillers musicais
urbanos de Humberto Gessinger dos vários produzidos em sua carreira.
14 – Mulher de Fases – Raimundos
Sucesso absoluto que fez muita gente virar a casaca de gostar do grupo no final dos anos 90. Antes uma banda “malvada”, os Raimundos viveram um caso de amor com o sucesso e as rádios na época e viraram a principal trupe do rock brasileiro especialmente a partir de “Mulher de Fases”, feita para as meninas cantarem junto. Para além dos julgamentos estéticos, o riff é grudento, fácil de decorar e deixa a galera louca até hoje. O Capital Inicial bem sabe.
13 – Dias de Luta – Ira!
12 – Alagados – Paralamas do Sucesso
O riff mais eclético da lista não é exatamente um exemplo da
agressividade do rock e sim do suingue. Entretanto, a marotagem de Herbert
Vianna anima o público até hoje, que sabe que aí vem mais um clássico de uma
das mais importantes bandas do Brasil. E muito banda de rock!
11 – Chopis Centis – Mamonas Assassinas
Independente do fato de você achar indigno os Mamonas figurarem em quase
todas as listas das maiores bandas de rock do Brasil – e do fato de o riff ser
uma imitação descarada de “Should I Stay Or Should I Go”, do Clash -,
reconheça: quando ouve as oito palhetadas em dois acordes, você ouve na cabeça
(ou dá, mesmo) as três escarradas! Joinha, joinha, chupetão, vamo lá.
10 – Por Que a Gente É Assim? – Barão Vermelho
Provavelmente o riff mais “macho” desta lista. Puro som de agressão, de
bebedeira, de sacanagem. Muito difícil ficar indiferente a
ele, pois conduz a canção e dá o tom do sentimento. Até mesmo em sua atual fase
pop brega, Roberto Frejat ainda o toca com o conhecido biquinho e a pegada dos
grandes guitarristas.
9 – Bichos Escrotos – Titãs
Do imortal “Cabeça Dinossauro”, é a canção mais inesquecível e muito
disso se dá pelo hipnótico riff. Criativo, trata-se de um único acorde e uma
“puxada” no braço da guitarra. Plateia louca no ato. Quem disse que
a simplicidade não é genial?
8 – Puteiro em João Pessoa – Raimundos
Na na na na na... na na na na na... Na na na é o diabo! Precisa dizer
mais alguma coisa?
7 – Roots Bloody Roots – Sepultura
Complexidades do metal à parte, o riff mais emblemático do Sepultura acabou
sendo o mais simples de sua discografia, dentro de seu álbum mais aclamado.
Enlouquece multidões até hoje.
6 – Maior Abandonado – Barão Vermelho
Não tão agressivo quanto
“Por Que a Gente É Assim?”, este consegue, por outro lado, ser mais representativo e
familiar ainda. Pela criatividade e energia, não deve nada aos mais endiabrados
de nossas favoritas bandas gringas. Conta também com a inestimável colaboração
dos teclados, o que não o tira da lista de jeito nenhum.
5 – Inútil – Ultraje a Rigor
De todos, o mais safado. Com base no clássico acorde de E, prepara a
galera para uma explosão de berradeira do título da canção no momento do
refrão. Grande contribuição ao gênero por parte de Roger Moreira, atualmente
mais confortável na posição de animador de auditório e agitador político de direita.
4 – Ovelha Negra – Rita Lee
4 – Ovelha Negra – Rita Lee
Trata-se do solo de guitarra ao
final da canção. Tão bonito, bem construído e executado que cumpre a missão de
ser, fora do contexto mais comum, um riff imortal para o rock brasileiro.
Afinal, é um solo-riff, pois se repete. O próprio guitarrista Luis Carlini
reconhece isso. “Certa vez, num hotel em Belém do Pará, uma moça, índia, entrou
para limpar o quarto assobiando o solo. Fiquei me perguntando como tinha
conseguido atingir aquela pessoa, tão distante e de cultura tão diferente. Estava
descobrindo o poder da música”, disse em 1987.
3 – Carry On – Angra
O Angra foi uma banda que passou por
diversas fases ao longo da carreira, teve sempre grandes músicos e mudou a
orientação da sua música algumas vezes, com maior ou menor destaque.
Entretanto, nada conseguiu superar em termos de representatividade o riff
mágico de “Carry On”. Caso encerrassem a carreira hoje, seriam imortais
exatamente por conta dele.
2 – Bete Balanço – Barão Vermelho
Uma unanimidade. É impossível não saber do que se trata “Bete Balanço”
ao ouvir este riff de guitarra. Mais uma prova da genialidade de
Frejat, a musicalidade da banda mais roqueira entre todas e o poder da fonte
original do rock: o blues.
1 – Que País é Esse – Legião Urbana
Outro riff que pode ser colocado na conta dos prováveis plágios do BRock
– chupado de “I Don’t Care”, dos Ramones -,
mas que provoca reação sem igual. É a catarse final quando se trata de
plateias, memória e representatividade. Não é a maior canção da Legião
Urbana, mas é seu riff mais poderoso. E, queira ou não, trata-se da
banda mais famosa e adorada do gênero no país. Um monumento e um sentimento que
choradeira nenhuma é capaz de impedir. (adendo importante: dentro do riff
original ainda há outro riff, este com o violão, possivelmente tão conhecido
quanto)
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